[[SUTURES///SUTURAS]] (2017)
[[Photographic prints on latex (Ed. 1 + 1 A.P)///Impressões fotográficas em látex (Ed. 1 + 1 P.A.)]]
30 x 45 cm / 12 x 18 in
[[SUTURES series gives shape to a recurring desire to explore the hierarchy between human skin and other skins, human flesh and other meat. I look here for organic matter that will soon be no longer alive. I ponder that the same gesture made to heal and mend can also hurt and violate.Suturing requires no cuts.
Manipulated natural elements remind us of the way the female body is often portrayed in art and photography. Grotesque fetish, curious and familiar place of objectification.
As if we were taking everything we find alive in the domestic universe to the operating room, and submitting every fiber and texture to experience the gesture. To see the needle pierce the flesh, squeeze the matter. Crude experiments prove: there is life in what is dead.///A série SUTURAS dá forma à um desejo recorrente de explorar a hierarquia entre pele humana e outras peles, carne humana e outras carnes. Olho aqui para a matéria orgânica que em breve não mais será viva. Pondero que o mesmo gesto feito para curar e remendar, também pode ferir e violentar. Para suturar não é preciso haver cortes.
Elementos de origem natural são manipulados de maneira que nos fazem lembrar a forma na qual o corpo feminino é muitas vezes retratado na arte e na fotografia. Fetiche grotesco, lugar curioso e familiar de objetificação.
Atenta às tensões situadas em um corpo cada vez mais idealizado pela sociedade de consumo e ao massacre do corpo humano, principalmente o feminino, de colocá-lo em um padrão inatingível, falso, doentio. Práticas cosméticas tornam a dor aceita em atividade cotidianas ligadas ao culto do corpo, como tratamentos de beleza e cirurgias plásticas.
O ensaio leva ao centro cirúrgico tudo aquilo que encontramos vivo no universo doméstico, e submete à experiência do gesto cada fibra e textura que ali está. Para ver a agulha trespassar a carne, retesar a matéria. Experimentos crus comprovam: há vida naquilo que está morto.]]
(Patricia Borges)